terça-feira, 11 de maio de 2010

homo economicus morre solteiro

Apesar de atravessarmos o pico da fase dos twitts e da vandalização de murais no facebook, eu senti uma forte necessidade em criar este blog, pois sempre que quero escrever algo pessoal nessas miseráveis caixas de texto excedo o limite de caracteres. Das duas uma: a minha imaginação está no auge da sua fertilidade e obriga-me a expressar integralmente todas as suas passagens ou então, devido aos meus excessos crónicos, a minha capacidade de síntese ficou reduzida a cinzas.
Este é o meu primeiro blog e, como tal, pareceu-me bem deixar uma nota explicativa antes de começar propriamente a desbobinar...


O motivo principal deste blog adveio da insistência de professores e autores de Microeconomia no dever de estimular o «economista naturalista» em cada um de nós. E na procura pelo meu, surgiram vários momentos de iluminação...
Durante o meu estudo intensivo e pouco-reconhecido-pelos-meus-pais para o exame de microeconomia, num esforço para compreender as decisões económicas, apliquei a racionalidade económica aos namoros convencionais e a conclusão a que chego é muito simples: paixão e entrega são económica e financeiramente inviáveis! Se pesarmos o custo de oportunidade (tudo o que estamos a renunciar em função do compromisso; noitadas, bebedeiras, promiscuidade, jogos do Benfica, etc.) e colocarmos lado a lado com os benefícios de um relacionamento, o resultado será uma desigualdade obscena! Não me espanta que o puro romance se tenha perdido ao longo do tempo, à medida que a formação académica dos indivíduos aumenta...

Antes que me acusem de «capitão anti-romance», façam vocês o exercício!

Quando estão descomprometidos(as), vocês fazem parte de um mercado livre, cuja liberdade concede-vos uma infinidade de oportunidades de negócio vantajosas(e até mesmo avantajados!), onde podem exercer modalidades de imediato e curto prazo, SEM JUROS! Por outro lado, quando se comprometem estão a oferecer exclusividade e por consequência são automaticamente excluídos do mercado, queimando assim múltiplas as oportunidades de negócio. Ok, ok! Estão apaixonados e o amor não dá para controlar, é compreensível. Todos nós tomamos decisões estúpidas no calor do momento, acontece. E depois quando a chama apaga? O remanescente do contrato emocionalmente celebrado é uma relação estável (i.e., eufemismo para colete de forças) que vos priva e aborrece tanto quanto vos beneficia (i.e., um passe de livre acesso aos genitais do vosso companheiro(a)).
Portanto, a não ser que o vosso companheiro(a) seja titular ou herdeiro de uma fortuna, do ponto de vista económico, ficam sempre a perder!

Neste contexto, e dada a não-saciedade e preferências dos consumidores, é seguro afirmar que a poligamia é a única solução satisfatória e deverá ser o próximo passo da globalização.

Esta avaliação foi tendenciosamente influenciada pelo comportamento do «homo economicus», alvo de estudos económicos, e não pelo meu comportamento. No entanto, tenho de reconhecer que o seu pensamento egoísta traz sempre algum benefício acrescido.

1 comentário:

  1. Epá realmente faz todo o sentido!

    Uma tese bem fundamentada, um texto que se caracteriza pela defesa do teu ponto de vista!

    LOOOOL é de referir os escassos recursos existentes, por isso antes escolher o custo de oportunidade, e viva aos descomprometidos x)

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